
Um pouquinho de história...
Desde que mundo é mundo, a criança era vista como um adulto em miniatura e, por isso, trabalhava nos mesmos locais, usava as mesmas roupas, era tratada da mesma forma que o adulto. Sem o estabelecimento das diferenças entre adulto e criança, restava para ela o aprendizado das tarefas do dia a dia.
Pouco depois que a criança passava do período de amamentação, se tornava a companheira natural do adulto. Naquela época, formar uma pessoa responsável era formar alguém para servir, ou seja, as crianças aprendiam o que deviam saber ajudando os adultos, por intermédio do trabalho. O trabalho era uma imposição a todos.
No início do século XVII, não havia instituição escolar e os educadores ministravam aulas em lugares públicos, igrejas, mercados, praças, etc., para grupos de estudantes que não se dividiam por idade. Uma vez que não existia essa diferenciação e nem separação de conteúdo para mais velhos ou mais jovens, acontecia um aprendizado da vida, a partir da convivência direta e cotidiana, entre eles. A aprendizagem continuaria se fazendo a partir da convivência da criança ou do jovem com os adultos e, por isso, ainda não se verifica a existência de um padrão de educação infantil. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14).
No decorrer do século XVII, percebe-se o início do processo de escolarização, por meio do surgimento da escola e com ele o início do que mais adiante seria chamado de turma ou série. Neste momento, as crianças foram separadas dos adultos e enclausuradas em espaços, chamados de quarentena.
Mesmo com o aparecimento dessas instituições, o conceito de infância ainda não era claro, não se constituíam etapas de desenvolvimento nem concepção de aquisição de responsabilidade como um processo educacional. Foi no fim daquele século, que o conceito de infância começou a mudar, em decorrência da Igreja, da família no processo de escolarização, das descobertas sobre as práticas de higiene e de vacinação, que aumentaram a expectativa de vida.
A Igreja teve fundamental importância, na época, ao associar a imagem das crianças com a de anjos, sinônimo de inocência e pureza divina. Segundo a Igreja, Deus favorece as crianças devido à sua singeleza, que se aproxima muito de sua impecabilidade, impondo uma necessidade de se amar as crianças e colocar a educação na primeira fileira das obrigações humanas, contrariando a indiferença de outrora.
Tal postura fez com que o final do século XVII fosse considerado o marco na evolução dos sentimentos em relação à infância, origem de uma preocupação com a formação moral da criança e com sua construção como indivíduo. Foi nesta época que se começou realmente a falar na fragilidade da infância.
Então, a partir do século XVIII, as crianças começaram a ser reconhecida em suas particularidades, obtendo o seu próprio quarto, alimentação considerada específica e adequada, ocupando um espaço maior no meio social. Nascia a concepção de infância.
Agora a família começa a dar ênfase ao sentimento que tem em relação à criança.
Constata-se uma evolução na percepção e, consequentemente, no sentimento dirigido à criança. Ela é posta em evidência, ‘paparicada’ pela família e a infância é reconhecida como uma época da vida merecedora de orientação e educação. Esses sentimentos se encontram relacionados com a preocupação relativa à saúde física e higiene, provocando uma redução da mortalidade infantil, reinantes no século XVII.
Constata-se que esses fatores de assistência à criança vêm-se mantendo até o nosso século, sofrendo
mudanças gradativas influenciadas pela própria evolução socioeconômica cultural. Nesse sentido, a educação da criança, passa a ser estimulada na orientação educacional e na realização dos princípios básicos da Igreja Católica, e não mais na estrutura familiar de servir os adultos como se verificava na Idade Média.
Dias atuais...
A partir deste processo histórico sobre a visão da infância e do desenvolvimento humano que ficou marcado ao longo dos séculos nas famílias, a questão das crianças não poderem ajudar em casa nos afazeres domésticos. Ao longo da historia da humanidade a criança passou a ser vista como um ser frágil, dependente e merecedora de toda atenção, o que realmente é.
No entanto, ao mesmo tempo que a humanidade foi aproximando a criança da educação formal nas escolas, as famílias foram abrindo mão da educação dada em casa, principalmente nos últimos 30, 40 anos.
Quando digo que sou a favor das crianças ajudarem com o trabalho domestico, não estou me referindo ao trabalho braçal, pesado, tornando a criança um trabalhador domestico. Me refiro sim, a educação dada em casa através da limpeza da casa, da organização do espaço em que vive e do trabalho coletivo.
Acredito eu, que através disso podemos ensinar e educar nossas crianças para serem adultos melhores, mais responsáveis, e não deixando toda educação (que obrigação dos pais) para a escola.
A questão é que não podemos passar de crianças vistas como adultos miniaturas, para reizinhos dominadores do lar que só querem "ser servidos".
Referencia Bibliográfica:
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
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